O ex-lateral do Cuiabá, Igor Cariús está entre os alvos da Operação Penalidade Máxima II, deflagrada nesta terça-feira (18) pelo Ministério Público de Goiás e que apura a manipulação de resultados de jogos do futebol profissional.
Dentre as partidas investigadas, está o empate entre Cuiabá e Palmeiras, em 1 x 1, em novembro do ano passado. O jogo aconteceu na Arena Pantanal, em Cuiabá.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), um atleta do Dourado teria sido aliciado para tomar um cartão amarelo. Apesar de ter entrado em campo naquela ocasião, Cariús não foi advertido com cartão.
O nome de Igor Cariús, de 29 anos – que hoje defende a camisa do Sport – foi revelado em reportagem do G1.
“Foram dois jogadores, dois mandados de busca em Pernambuco”, afirmou o responsável pela Operação, promotor Fernando Cesconetto, do MPE-GO.
“Há suspeita de tentativa cooptação de atleta no jogo Cuiabá x Palmeiras para tomar um cartão amarelo”, informou, sem citar qual atleta. “Não quer dizer que o atleta tenha praticado o que foi oferecido”, complementou o promotor.
Bens apreendidos
Durante a ação nesta manhã, foram apreendidos a carteira nacional de habilitação do ex-jogador do Cuiabá, além de celular e notebook. O mandado de busca e apreensão foi cumprido pelo Ministério Público de Pernambuco (MPE-PE).
Ainda segundo o G1, Cariús compareceu ao treino do Sport na manhã desta terça e segue viagem com a delegação rubro-negra rumo a Fortaleza, para enfrentar o Ceará, na quarta (19), no jogo de ida da final da Copa do Nordeste.
O contrato do lateral com o Cuiabá terminou em dezembro do ano passado e não foi renovado. Ele atuou em 32 partidas pelo Dourado.
Sport se posiciona
O Sport se posicionou por meio de nota a respeito da operação e saiu em defesa do atleta, sem citar o nome do jogador.
“No que tange à operação ‘Penalidade Máxima’, que cumpre mandados em estados pelo Brasil por conta de resultados da Série A de 2022 e envolve um atleta do atual elenco rubro-negro, o clube aproveita para destacar total confiança e apoio à postura e à integridade do profissional, que tem conduta exemplar no dia a dia, e dispõe o departamento jurídico ao jogador para suporte de qualquer necessidade”, diz o texto.
O clube ainda disse estar à disposição das autoridades “para colaborar no que diz respeito à investigação e acompanha atentamente o desenrolar da operação”.
O esquema
Conforme já apurado, o grupo criminoso atuou mediante cooptação de jogadores profissionais de futebol, com oferta de valores entre R$ 50 mil a R$ 100 mil aos atletas para que eles cometessem eventos determinados nos jogos.
A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo.
Há indícios de que as condutas previamente solicitadas aos jogadores visam possibilitar que os investigados consigam grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, utilizando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os lucros.
Por CBN Cuiabá