O lateral Mateusinho, do Cuiabá, foi punido em 720 dias, mais multa de R$ 70 mil, em julgamento finalizado agora pouco pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), acusado de participar dos esquemas de manipulação de apostas na Operação Penalidade Máxima.
A punição foi determinada pelo relator Vanderson Maçullo, acompanhado por unanimidade pelos membros da Comissão, Eduardo Mello, Gustavo Caputo e Alessandra Paiva, no artigo 83 e artigo 243, parágrafo 1º do Código Brasileiro da Justiça Desportiva. A condenação foi aplicada em julgamento da 5ª Comissão Disciplinar, na tarde desta terça-feira (6). Cabe recurso da decisão.
Os membros da Comissão Disciplinar entenderam que o atleta de 24 anos participou do esquema por capturas de tela em grupo de WhatsApp e pelo forte indício da penalidade cometida.
A ação, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), desbaratou um esquema de manipulação em resultados de jogos do Brasileirão série B 2022, quando o atleta atuava pelo Sampaio Corrêa, do Maranhão. O lateral cometeu um pênalti no jogo contra o Londrina, no dia 5 de novembro, supostamente afim de receber cartão amarelo.
Mateusinho chegou ao Cuiabá no início da temporada, com contrato longo até 2027. Até o momento, ele realizou 22 jogos, marcou quatro gols e deu duas assistências. Ele ficou fora das últimas três partidas, pois recentemente foi suspenso preventivamente por 30 dias pelo STJD, também em relação à Operação Penalidade Máxima.
Dourado
A princípio, o Cuiabá afirmou que não irá se posicionar a respeito do julgamento do STJD.
Futebol ou poker?
Em seu voto na tarde desta terça, o relator Vanderson Maçullo leu trechos de diálogos mantidos por Mateusinho em um grupo de atletas e apostadores no aplicativo WhatsApp.
Entre as conversas interceptadas, o lateral chegou a mencionar: “Eu sou bagulho doido. Me deu uma missão pra mim matar… ou mato ou morro mano. Não tinha jeito mano. Eu falei Ihh.. Alguém vai se f** aí, porque eu vou dar o carrinho”.
Segundo o relator, as mensagens são “fortes indícios” da ilegalidade praticada pelo atleta.
Membro da comissão, Alessandra Paiva chegou a ironizar alegações de Mateusinho dando conta de que as conversas seriam relativas a jogo de poker.
“Gol em jogo de poker? Esse é um dia muito triste neste tribunal e entendo que as provas [contra Mateusinho] são incontroversas”, afirmou Paiva, ao acompanhar o voto do relator.
Pedro Lima – da Redação – com Camila Ribeiro – CBN Cuiabá