O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou, na manhã desta terça-feira (18), a segunda fase da Operação Penalidade Máxima, que apura a manipulação de resultados de jogos de futebol profissional. Partidas do Campeonato Mato-grossense deste ano na mira.
A ação é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) do MPE goiano. Além do mato-grossense, há suspeitas de que o grupo criminoso tenha atuado nos campeonatos Goiano, Gaúcho e Paulista, além dos jogos da Série A do Brasileirão de 2022.
A investigação aponta manipulação em cinco jogos dos estaduais e cinco da Série A. No total estão sendo cumpridos 3 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de 6 estados, expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.
Os mandados estão sendo cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).
Os Gaecos dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, o Cyber Gaeco do MP de São Paulo e do Centro de Inteligência do MP do Rio de Janeiro, além das polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, dão apoio ao cumprimento das diligências.
A primeira fase da operação, deflagrada em fevereiro, teve entre os alvos o lateral do Cuiabá, Mateusinho. Ele e outras 14 pessoas se tornaram réus pelos crimes de organização criminosa e manipulação de resultados.
O esquema
Conforme já apurado, o grupo criminoso atuou mediante cooptação de jogadores profissionais de futebol, com oferta de valores entre R$ 50 mil a R$ 100 mil aos atletas para que eles cometessem eventos determinados nos jogos.
A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo.
Há indícios de que as condutas previamente solicitadas aos jogadores visam possibilitar que os investigados consigam grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, utilizando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os lucros.
As práticas delitivas podem se enquadrar nos crimes previstos na Lei nº 12.850/13, arts. 41-C e 41-D do Estatuto do Torcedor e art. 1º da Lei n. 9.613/98. Entre promotores (as), servidores (as) e policiais envolvidos no cumprimento das diligências, foram 17 pessoas em Goiás, 79 em São Paulo, 16 em Santa Catarina, 16 no Rio Grande do Sul, 12 em Pernambuco e 4 no Rio de Janeiro.
Texto: Gaeco – Edição Ascom – Assessoria de Comunicação do MPGO e CBN Cuiabá